Avaliação inicial ou triagem em um tratamento de reabilitação para alcoolismo e dependência química.
A avaliação inicial de uma pessoa que resolve buscar por tratamento é uma etapa muito importante e temos que dar total atenção e apoio e facilitar os meios para a chegada ao tratamento. Quando a pessoa em busca de ajuda chega em um espaço de tratamento, geralmente é realizada a chamada triagem, que nada mais é que uma investigação sobre aspectos importantes da história de vida,
da história de tentativas de tratamento já existente, do padrão de consumo de drogas e sua gravidade. Em uma avaliação inicial, os profissionais irão coletar dados da pessoa para identificá-la em seu contexto social, econômico, seu estado de saúde física e mental atuais, se existe possíveis alterações nesses aspectos, irá investigar também sua história clínica e seus antecedentes familiares (Roseli et ai., 2019).E por qual motivo se avalia o padrão de consumo de drogas e a gravidade? A avaliação sobre o padrão de consumo e a gravidade ajudará os profissionais a encontrar uma hipótese diagnóstica, realizar o planejamento adequado de cuidados e realizar também possíveis encaminhamentos. Deve-se identificar quais processos levam a pessoa para o uso de drogas para que posteriormente, esses processos possam ser abordados e levantados como pontos a serem trabalhados no tratamento, com a finalidade de se traçar estratégias de enfrentamento (Lourenço, J. H. C., et ai, 2020). O olhar do profissional, bem como sua conduta devem ser acolhedores e empáticos, pois a pessoa que busca por tratamento, têm outras questões interligadas e que devem ser tratadas, além da dependência de drogas. Sendo assim, o tratamento deve ser amplo e abranger além das questões exclusivas da dependência. Vale lembrar que a queixa inicial pode ser o uso de drogas, mas não necessariamente esse é o único problema que a pessoa carrega consigo e que leva ao uso (Perrone, 2014). Outro ponto importante que nós profissionais observamos é que os familiares que acompanham as pessoas que estão em busca de ajuda, muitas vezes estão tão adoecidos quanto o dependente e precisavam de acolhimento, orientações e devem ser encaminhados para grupos específicos para familiares, para que possam ter um suporte e entender como lidar com seu familiar nesse momento tão decisivo de sua vida.
FONTE:
Rogério Adriano Bosso
Psicólogo. Mestrando do Opto de Psiquiatria e Psicologia Médica da UNIFESP. Especialista em Dependência Química pela UNIFESP.
Especialista em Saúde Mental pela UNIBEM.
M.B.A. em Gestão de Pessoas pela Anhanguera Educacional. Coordenador do curso e da Clínica de Psicologia .